A balança comercial do Acre registrou superávit de US$ 38,3 milhões nos primeiros 11 meses de 2023. As exportações somaram US$ 43,1 milhões e as importações US$ 4,8 milhões. Durante reunião ordinária na manhã desta quinta-feira, 14, na sede da Federação da Indústria (Fieac), em Rio Branco, a Câmara Técnica do Comércio Exterior analisou os dados de exportação e importação, e a necessidade de busca de novos mercados.
Apesar de o saldo se manter positivo, o ano de 2023 registrou instabilidades políticas e econômicas que impactaram nas operações internacionais do estado, com redução e oscilação constante do volume e montantes exportados. Em 2022, o saldo foi de 49,1 milhões US$ (+28.2%).
O saldo acumulado em 2023 é de pouco mais de US$48 milhões, enquanto que, em 2022, o total acumulado foi de US$59.6 milhões, 24.1% a mais que o valor atual. Os dados são do Comex Stat, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O produto que o Acre mais vende para o exterior é a carne suína, com aumento de 250% do montante financeiro negociado, e 185% a mais de toneladas exportadas, sendo mais 1,16 mil toneladas enviadas ao exterior em 2023. Depois vem a soja, com aumento de 20% no montante financeiro comercializado, e 44% de volume exportado no período analisado.
Para o titular da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia e coordenador da Câmara Técnica do Comércio Exterior, Assurbanípal Mesquita, mesmo com a pressão do volume financeiro negociado e o volume exportado em 2023, os números são favoráveis, assim como a perspectiva de novos negócios.
“A retração do volume de exportações no setor madeireiro impactou diretamente nos resultados da balança comercial. A diminuição foi de 64% no montante financeiro e 56,7% no volume exportado. O ano foi atípico no comércio internacional. Mesmo assim temos muito o que comemorar, a exportação de carne suína e da soja mostra que o setor produtivo está no rumo certo, com perspectivas muito boas de novos mercados na exportação de proteína animal e na importação de produtos andinos”, informou.
Ainda de acordo os dados do Comex Stat, a castanha também sofreu diminuição de 43%no volume financeiro negociado. Com relação ao volume exportado, houve queda de 2,5 mil toneladas enviadas ao exterior, 36% a menos do que em 2022.
O milho exportado em 2023 sofreu uma queda de 42% no montante financeiro negociado, e -4,38 mil t, gerando uma redução de 34% do volume exportado em 2022. O grão, porém, foi o segundo de maior volume comercializado em 2023.
O Acre importou mais pneumáticos, que lideram em valor e quantidades negociadas, num incremento de 200%. Em volume importado, foram 291,5 toneladas a mais do que em 2022. Chama atenção a madeira, como segundo maior produto em volume importado. Aumento de 90% do montante comercializado e 71,6% do volume métrico importado em comparação a 2022 (+137 t).
Foram deliberadas, pelas instituições que participam da Câmara Técnica, ações importantes para o fortalecimento da balança comercial, como a retomada do mercado internacional da madeira e a exportação da carne suína. Em parceria com a ApexBrasil, o estado capacita 50 empresas para o comércio exterior.
“Obras estruturantes como a ponte do Anel Viário entre as cidades de Brasileia e Epitaciolândia e o aumento do efetivo de fiscalização sanitária na fronteira são prioridades para o fortalecimento da nossa balança comercial. Outro ponto aprovado é a participação do Acre na missão de prospecção na China, na feira Cantoufer”, acrescentou Mesquita.
Um grupo de trabalho apresentará, até o primeiro trimestre de 2024, um plano operacional para ampliar o fortalecimento do corredor interoceânico. O Acre está entre as cinco rotas prioritárias do Ministério do Planejamento para a integração da América do Sul à Ásia, via Pacífico. A notícia foi confirmada pelo diretor de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento, Luciano Wexcel Severo.
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